Nos dias atuais, com o avanço das tendências relativistas e do pensamento protestante na mídia, muitas vezes somos compelidos a nos perguntar por que ainda continuar com a devoção aos santos e, sobretudo, a Virgem Maria.
Os santos padres chamaram o culto prestado a Deus pelos santos de dulia que em nosso português poderíamos traduzir por veneração, um respeito profundo, que tem aquele que respeitamos como modelo para nossas vidas, diferente do culto prestado diretamente a Deus, que foi chamado de Latreia, a adoração a mais alta forma de culto. Porém a Virgem Maria, a theotokos (mãe de Deus), a Panaguia (toda santa), é infinitamente menor que Deus, pois é uma criatura e muito maior que todas as criaturas, pois é a mais bela diante de Deus, a porta pela qual Ele quis vir ao mundo, o ser que lhe deu o corpo, o culto a Deus por meio dela os santos padres chamaram de hiper-dulia, uma veneração muito especial, porém infinitamente menor que a adoração dada a Deus.
Em nossos dias em que o relativismo é cada dia maior e que uma sociedade do desamor invade o mundo, precisamos mais do que nunca do exemplo dos santos, que são como setas pelo caminho da vida, nos mostrando como chegar a Jesus. Desses exemplos, Maria é o mais perfeito. São Luiz Maria Grinion de Montfort nos fala em seu tratado: Deus juntou todas as águas e fez o mar, Deus juntou todas as graças e fez Maria, sem dúvida era necessário um ser tão perfeito para ser Mãe do Redentor, o corpo d’Ele foi formado a partir do d’Ela, ou Ela é Imaculada ou Ele é maculado. E como não venerar tão grande mulher, bendita entre as mulheres? Já o evangelho nos diz: “toda as gerações me proclamarão bem a aventurada”. E a é Igreja quem cumpre isso, é ela quem faz parte do número dos filhos da mulher que pelejarão contra o dragão, a serpente antiga, que hoje assola o mundo em tantas formas devastadoras, desde a falta de caridade do homem, que fazem a tantos morrerem de fome e viverem na mais completa miséria, até a governos iníquos que fazem aos poucos o seu povo esquecer de Deus, e fazem verdadeira guerra a Deus e as seus filhos, ceifando a vida antes de nascer, promovendo uma completa dilapidação da moral e dos valores cristãos na sociedade, fazendo cada dia crescer uma sociedade carente de Deus e da sua Igreja, o que deixa doente e desequilibrada. A beatíssima Virgem chora de dor ao ver os caminhos que a humanidade vem tomando, como foi visto em La Salete, e ainda dói mais ver que seus filhos, aqueles que pelejarão contra a serpente, sendo omissos a sua missão de guerreiros dos céus. Muito pior do que a iniquidade que vemos é a omissão dos bons, a tibieza dos filhos de Maria, que em vez de empunharem a espada da fé e lutar por Maria, acabam ceando com o inimigo, sendo conivente com seus erros e fingindo que nada acontece. Temos que acordar do desmaio, vestir nossas couraças e partir para o combate, pois o reino dos céus é dos violentos, daqueles que fazem violência ao mundo e a si mesmos, saindo de sua zona de conforto e partindo para o ataque.
A Virgem Maria, aquela que é avança como a aurora, forte como um exercito em ordem de batalha, deve ser nosso exemplo nesse vale de lagrimas, Ela a Assunta aos céus, mais do que ninguém sabe como melhor lutar nessa guerra, Ela nos da a melhor arma, quando nas bodas de Cana diz: façam tudo o que ele vos disser. Façamos pois tudo o que nos diz o Senhor, para assim chegamos todos a morada eterna, onde viveremos sempre com Jesus Cristo nosso Rei, com o Pai na unidade do Espírito Santo.
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